22 de jul. de 2007

Minhas Crônicas de uma certa NY...

Sei que todas(os) vocês vão me chamar de maluco, sábado a noite, NY, eu enfurnado num albergue escrevendo...fazer o que se baixou o espírito de escritor (fajuto) em mim??? E depois, eu acho muito, mas muito chique, saber que estou a uma quadra da broadway, mas por opção, resolvi ficar em casa... não é podre de chique?... ou loucura mesmo?....kakaka...
Bom, muitas coisas aprendi por aqui, muitas coisas conheci e presenciei, coisas estas que não dá pra contar tudo, tem que se viver, são experiências de vida que se leva para o resto dela... não adianta ler em livros e revistas ou em textos idiotas como este, tem que se viver, mesmo!

Por exemplo:
Andar de metrô as 3hs da madruga e ver várias pessoas usando seu laptop como se estivessem nas suas casas, não imagino isto no Brasil, aqui, normalíssimo... sabe o que é melhor?? Conectados à internet, sim, o metrô é podre de velho, mas tem conexão wireless, não é legal???

Outra coisa: Os mendigos aqui são muitos, muito parecidos com os do Brasil, se não fosse por vários detalhes, há algo diferente entre os mendigos daqui e os do Brasil. Aqui, a grande maioria são homens, adultos. Jamais vê-se famílias inteiras sentadas na calçada pedindo dinheiro. Muito menos crianças – e muito menos ainda crianças vendendo chiclete de madrugada sendo observadas pelas próprias mães. Os homens ficam sempre no mesmo lugar, estilo Joe Gould, o mendigo mais famoso da cidade. No bairro em que estou hospedado, já sei onde vou encontra-los, sempre bêbados, caindo pelas tabelas, um deles com cara de homem das cavernas – eles não incomodam, e se te abordam, mantêm uma distância interpessoal que não agride. De vez em quando aparecem de barba feita e banho tomado, coisa que devem ter feito em algum dos vários abrigos para homeless (sem-casa, sem-habitação; indivíduo que não tem moradia; mendigo; pessoa que é obrigada a viver pelas ruas por falta de domicílio (gosto de explicar tudo...risos)). Alguns deles andam pela cidade carregando todos seus pertences, muitas vezes em carrinhos de supermercado. O mesmo acontece com senhoras homeless (não vou explicar de novo...rs), que costumam entrar com sacos e mais sacos em cafés de livrarias e assim ficam durante horas, folheando revistas. Ninguém as expulsa - espaço público é espaço público, por aqui todos as respeitam. Por outro lado, a convivência se agrava quando dividimos vagões de metrô com alguns deles que não vêem um chuveiro há meses. Ninguém fala nada, e também não tiram ninguém de lá. Mas quem acaba saindo são as outras pessoas – resta voltar para a plataforma e esperar o próximo trem. Que mais? Deixe-me ver... Ah, os táxis amarelinhos, parecem os do Rio, mas o amarelo é mais forte, sem falar no odor dos motoristas, digo, catinga mesmo..risos Eles dirigem feito uns loucos, acho que não tomam banho nunca. Andar de táxi em Nova York é uma aventura. Se você gosta de um bom papo, há sempre um motorista paquistanês, jamaicano ou senegalês entre outras origens, com uma história. A novidade por aqui agora é que em Setembro, Nova York comemora 100 anos de transporte motorizado – e, com isso, os táxis vão virar jardins ambulantes, se é que eu entendi bem o inglês do paquistanês taxista ontem, que me contava isto entusiasmadíssimo.... vão chamar de Garden in Transit, o projeto, de inciativa privada, reuniu centenas de crianças de escolas públicas, particulares, centros de recreação, além de famílias e voluntários, para pintar adesivos imensos, com flores, que serão colados nos táxis em Setembro, não é lindo gente? Eu acho! Aliás, flores é o que mais tem aqui, esta cidade devia se chamar cidade jardim, se é que não se chama...risos... o Central Park é uma maravilha, lindo, limpo, organizado, seguro, bem frequentado, enfim, me faltam adjetivos pra elogiar este lugar maravilhoso. Mas voltando aos táxis floridos, dizia o paquistanês que o pessoal se reúne num galpão gigante, perto do Madison Square Garden, com uma turma que coloca arte pública pela cidade, incluindo torres, barcos e até um zepellin. Em Nova York, em Setembro, enquanto as folhas estiverem caindo das árvores, as flores estarão circulando pelas avenidas. É disso que qualquer cidade precisa – um pouco de arte e carinho não faz mal a ninguém. Vocês não acham? Que mais... bom, deixe-me ver...

Ah, Apple! Estive na gigante dos computadores, digo, dos MP3, ah, não resisti e comprei um ipod pra mim, c l a r o ! ! ! Mas vamos lá, o termômetro batia quase 40 graus Celsius em Nova York, mas eu quase não sentia o calor, prq aqui é diferente, tem vento, coisa que não tem no Rio, mas eu estava com meu protetor solar 30, que não sou bobo...hehehe... andando pela rua, derrepente passo na porta da Apple Store, aberta 24 horas na Quinta Avenida com rua 59, esquina com Central Park, quer coisa mais chique??? Entrei na loja, emocionado, a entrada já é digna de hollyood, uma caixa de vidro enorme, com um elevador de vidro, te leva para o subsolo, onde tem todos os produtos da Apple a disposição para serem usados, ah e nenhum deles está amarrado com correntes ou cabo de aço, nada disso, todos encima das mesas à disposição e são muitos, muitos iPods, iPhones, latops, desktop e outras coisitas mais, daquelas que você nunca imaginou que existiam, como por exemplo um HD externo que vem com conexão wireless, ou seja, o HD fica quardado na gaveta, mas vc pode acessar os dados do seu laptop ou desktop, não é tudo de bom? Como eu vivi até hoje sem saber disso? Não sei!

Isto é a Big Apple!

Há muitas coisas para contar ainda, mas deixemos para a mesa de um bar com aquele chopinho gelado, que só se encontra nos botecos do meu lindo e belo Rio de Janeiro.




grande abraço.